Dia Mundial da Prematuridade alerta para cuidados com o pré-natal

O Novembro Roxo – mês de conscientização em alusão ao Dia Mundial da Prematuridade, 17 de novembro – tem o objetivo de alertar sobre o crescente número de partos prematuros e como preveni-los, além de informar sobre as consequências do nascimento antecipado para o bebê, a família e a sociedade. A cor simboliza a sensibilidade e a individualidade, características muito peculiares aos bebês prematuros, para quem a sobrevida depende das condições do pré-natal e nascimento e das complicações que podem surgir após o parto.

De janeiro a agosto deste ano, a rede pública de saúde do DF registrou um total de 3.079 nascidos vivos prematuros (com menos de 36 semanas de idade gestacional). Isso representa 12,7% dos partos, considerando 24.249 bebês nascidos vivos nesse mesmo período. Em 2022, foram 6.130 nascidos vivos prematuros, de um total de 48.769 nascidos vivos no DF, sendo a taxa de prematuridade de 12,6%.

Segundo a pediatra e referência técnica distrital (RTD) de neonatologia Priscila Domingues, o parto prematuro pode ocorrer por diversas causas. As mais comuns estão relacionadas com a saúde da gestante, como pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e infecções. “O acompanhamento pré-natal pode prevenir, diagnosticar e tratar precocemente doenças, a fim de manter a integridade das condições de saúde da mãe e do bebê, além de planejar o nascimento e cuidados que o bebê poderá necessitar ao nascer”, explica.

Após o nascimento, é feita uma avaliação clínica, além da verificação dos sinais vitais do recém-nascido prematuro. O bebê fica em incubadora sob aquecimento para manter a temperatura corporal estável e para ganho de peso. O tempo de permanência no aparelho vai depender da recuperação, da idade gestacional e do peso de cada um.

Quanto mais prematuro e menor o peso, maior é o risco do recém-nascido apresentar complicações decorrentes da prematuridade. Há riscos de agravos neurológicos (hemorragia peri-intraventricular), respiratórios (síndrome do desconforto respiratório, displasia broncopulmonar, hemorragia pulmonar), infecciosos (sepse) e oftalmológicos (retinopatia da prematuridade), entre outros.

O Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) é referência para acompanhamento pré-natal e para partos de alto risco. Por isso, registra muitas histórias de mães que enfrentaram complicações na gestação.

Internada em agosto na unidade, a vendedora Mikaella Siqueira, 21, passou dois meses recebendo os devidos cuidados para prolongar a gestação de alto risco dos gêmeos Ágatha e Isaac. Os bebês nasceram em 8 de outubro, com 29 semanas e baixo peso. Ágatha pesava 1,330 kg, e Isaac, com 1,280 kg, ficou intubado durante quatro dias por dificuldades respiratórias.

Ambos seguem internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin), pois precisam ganhar mais peso para alta hospitalar. A saúde dos recém-nascidos é avaliada como muito boa, e eles já se alimentam com o leite da própria mãe.

“Fui muito bem-acolhida por toda a equipe do hospital. Sempre me tranquilizaram com relação à gestação e, apesar dos riscos, me deram conforto e segurança em todos os momentos”, elogia a vendedora, que também conta com apoio psicológico. “Fiquei muito triste de receber alta e não poder levar meus bebês para casa, mas a psicóloga me explicou que é algo momentâneo e para a saúde deles. Então, venho todos os dias ordenhar o leite e poder ter o contato pele a pele com eles.”

Agência Brasília

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