Tampa de Rosca (Screw Cap): Quebrando Mitos e Desconstruindo o Preconceito
O modelo mais conhecido de tampas de rosca, Stelvin, projetado especialmente para vinho, surgiu na França na década de 1960, na cidade de Chalon-sur-Saône, no coração da Borgonha. A primeira tampa de alumínio Stelvin foi desenvolvida em sua forma final em 1964 e a marca foi oficialmente registrada em 1976.
Na década de 1970, produtores australianos, insatisfeitos com os problemas causados pelas rolhas de cortiça (principalmente por conta de fungos), decidiram adotar as tampas de rosca. Três décadas depois, no início dos anos 2000, a Nova Zelândia realizou um trabalho consistente na popularização da screw cap, impulsionando ainda mais o seu uso.
A ascensão da Screw Capa
As rolhas de cortiça fazem parte da tradição e do romantismo do vinho, sendo utilizadas há séculos como a melhor forma de fechamento da garrafa. Porém, ao longo dos anos, os produtores esbarraram em dois problemas: O primeiro é que uma parcela das rolhas de cortiça era infectada por um fungo chamado TCA, responsável por tornar o vinho bouchonné, com um aroma de mofo que comprometia completamente a bebida. O segundo problema é o custo, já que a cortiça é um material natural e finito, sujeito a flutuações de preço.
Por que a tampa de rosca?
Prática e higiênica: Abertura rápida e fácil, eliminando o risco de contaminação por substâncias presentes na cortiça.
Ideal para vinhos jovens: Preserva os aromas e sabores frescos, sendo perfeita para vinhos de consumo imediato.
Tecnologia moderna: Entre as diversas inovações no mundo do vinho, a tampa de rosca se destaca como uma das mais bem-sucedidas, garantindo a qualidade e frescor do produto.
Experiência comprovada: A adoção da tampa de rosca por países como Austrália e Nova Zelândia comprovou sua eficácia e qualidade, impulsionando seu uso em diversas regiões vinícolas do mundo.
Consistência e confiabilidade: Ao contrário da cortiça, a tampa de rosca oferece uma vedação consistente e elimina o risco de contaminação por TCA, garantindo que o vinho chegue ao consumidor com a mesma qualidade desde a engarrafagem.
Sustentabilidade
A tampa de rosca pode ser feita de materiais reciclados, tornando-a uma opção mais sustentável em comparação à cortiça, que exige a exploração de um recurso natural.
Experiência de Consumo: A experiência do consumidor tem mudado significativamente, com muitos apreciadores de vinho se adaptando e preferindo a praticidade da tampa de rosca, especialmente em ocasiões onde o vinho é consumido de forma mais casual e prática. Este fechamento elimina a necessidade de um saca-rolhas, facilitando o consumo em piqueniques, festas e outras situações informais, onde a conveniência é valorizada.
Estima-se que 70% do vinho australiano e 90% do vinho neozelandês são fechados com tampas de rosca. Essa alta adesão demonstra a confiança dos produtores nesses países na tecnologia e seus benefícios.
Outros países também têm seguido essa tendência:
- Estados Unidos: Produtores de vinho, especialmente na Califórnia, Oregon e Washington, têm adotado cada vez mais as tampas de rosca, principalmente para vinhos brancos e tintos de consumo rápido.
- Chile e Argentina: Conhecidos por suas grandes produções de vinhos de qualidade, muitos produtores sul-americanos têm optado pela tampa de rosca. Especialmente para vinhos voltados para o mercado de exportação, onde a praticidade é um diferencial.
- África do Sul: Produtores sul-africanos têm utilizado tampas de rosca, visando principalmente a preservação dos aromas e frescor dos vinhos brancos e rosés.
- Países Europeus: Embora a tradição da rolha de cortiça seja forte na Europa, países como a Alemanha, Áustria e Reino Unido têm começado a incorporar as tampas de rosca. Principalmente em vinhos mais acessíveis e voltados para um público que valoriza a conveniência.
Não tenha preconceito com vinhos fechados com tampas de rosca! Esse tipo de vedação, além de prática e moderna, garante a preservação dos aromas e sabores do vinho de forma eficaz e consistente. Diferente do que muitos pensam, a screw cap não é sinônimo de vinho de baixa qualidade; na verdade, ela é amplamente utilizada por produtores renomados ao redor do mundo. Estes vinhos priorizam frescor e facilidade de consumo. Portanto, na próxima vez que se deparar com uma garrafa de vinho com tampa de rosca, abra sua mente — e a garrafa — e aproveite a experiência sem preconceitos. Afinal, o que realmente importa é a qualidade do vinho, e não o modo como ele é lacrado.
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As matérias do Pedro Junior são ótimas. A gente embarca numa viagem… vivendo sensações, emoções e gostos.
Feliz que tenha gostado!! É sempre uma honra