Segurança da Cúpula do Brics terá esquema semelhante ao do G20

A atuação das forças de segurança na 17ª Reunião de Cúpula do Brics, que acontecerá no Rio de Janeiro entre 6 e 7 de julho, será semelhante à executada na Cúpula do G20, sediada pela capital fluminense em novembro do ano passado.
O contingente que será empregado foi apresentado à imprensa nesta quarta-feira (2) pelo Comando Operacional Conjunto Redentor, formado pela Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira, que atuarão de forma integrada com diversas agências e órgãos de segurança pública.
De acordo com o assessor especial do comando operacional, o general de brigada Lucio Alves de Souza, os equipamentos usados, inclusive, deverão ser os mesmos:
“Nós vamos usar os mesmos equipamentos. Isso foi uma orientação do Ministério da Defesa, de que o planejamento fosse semelhante ao que foi empregado no G20, tendo em vista que ele funcionou, então, não tinha sentido diminuir nada. O que aconteceu foram pequenos ajustes”, disse.
De acordo com o comando operacional, serão utilizados pelas Forças Armadas, entre outros equipamentos, 361 viaturas, 147 motocicletas, 68 viaturas sobre rodas, 38 viaturas blindadas, dez navios, nove embarcações, oito helicópteros, três radares e seis equipamentos antidrone.
Apesar das semelhanças, uma das mudanças será a mobilização de aeronaves com mísseis, o que ocorrerá pela primeira vez desde os Jogos Olímpicos de 2016.
“O míssil acaba sendo um equipamento a mais que a aeronave dispõe para cumprir a missão dela”, disse o chefe do subdepartamento de Operações do Departamento de Controle de Espaço Aéreo, André Gustavo Fernandes Peçanha. “Ele dá uma segurança maior, dá uma opção a mais. A autoridade vai analisar, dentro daquele contexto que ela está vivendo, e vai escolher que tipo de equipamento ela vai usar para manter a segurança do espaço aéreo naquele período”.
Outro destaque do planejamento é a utilização de antidrones, capazes de evitar ataques feitos por esses equipamentos. Isso já foi feito anteriormente, na Cúpula de Líderes do G20. “Se nós tivermos uma situação como uma constelação de drones [grupo de drones operando em conjunto], ele tem capacidade de interromper todos os drones ao mesmo tempo. Uma potência tal que pode até interferir em sinal do celular e em sinal de até do aeroporto”, diz Souza.
De acordo com Souza, as Forças Armadas e os demais órgãos de segurança pública atuarão para garantir a segurança nas vias, desde o Aeroporto do Galeão até os locais de hospedagem; dos locais de hospedagem até o local do evento; e os retornos das delegações tanto para os locais de hospedagem quanto para o aeroporto.
Além disso, atuarão na proteção de infraestruturas críticas na cidade do Rio de Janeiro, na segurança cibernética e na defesa química, biológica, radiológica e nuclear.
A Marinha cuidará da proteção de áreas marítimas e costeiras, incluindo a disponibilização de Carros Lagarta Anfíbio (CLAnf) – veículos blindados capazes de operar tanto na terra quanto na água – para situações de emergência, como a necessidade de evacuar o local da reunião.
Perguntado se considera a reunião dos BRICS um evento mais arriscado que eventos anteriores, Souza afirma: “É tão arriscado quanto todos os outros, porque basta um erro da nossa parte para a gente ter um incidente que joga o planejamento todo por água abaixo. Então, todos os eventos que nós acompanhamos no Rio de Janeiro, todos eles a gente atribui a mesma responsabilidade, a mesma preocupação, de igual maneira”.
Também nesta quarta, a Polícia Federal anunciou que está realizando varreduras nos veículos oficiais que farão o traslado das autoridades participantes do evento. O objetivo é identificar e neutralizar qualquer tipo de ameaça que possa comprometer a segurança da Cúpula.
A ação, segundo a PF, envolve dezenas de policiais federais especializados e conta com o apoio de cães farejadores. Os veículos inspecionados serão conduzidos por equipes da segurança aproximada da PF, responsáveis por levar os Chefes de Estado, Ministros e demais autoridades aos diversos compromissos previstos na programação do evento.
Além da inspeção dos automóveis, a PF realizará vistorias nas edificações onde ocorrerão as atividades da Cúpula, bem como nos hotéis e demais locais que receberão os representantes internacionais.
O Brics é um bloco que reúne representantes de 11 países-membros permanentes: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia. Também participam os países-parceiros: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Tailândia, Cuba, Uganda, Malásia, Nigéria, Vietnã e Uzbequistão. A 17ª Reunião de Cúpula do Brics será no Rio de Janeiro nos dias 6 e 7 de julho.