Caminhos da Reportagem mostra reconstrução do Museu Nacional no Rio

Nesta segunda-feira (18), a TV Brasil exibe, às 23h, um novo episódio do programa Caminhos da Reportagem, que tem como tema Museu Nacional: um novo começo. A produção vai apresentar os bastidores da reconstrução do espaço histórico após o incêndio de 2018.
Sete anos depois do incêndio que consumiu cerca de 85% do acervo do museu e da instituição de pesquisa mais antiga do país, o local está parcialmente de portas abertas, para que o público acompanhe a evolução das obras.
Além disso, com a exposição Entre Gigantes: uma experiência no Museu Nacional, em cartaz até 31 de agosto, é possível matar a saudade de peças emblemáticas, como o meteorito Bendegó, obra que sobreviveu e se tornou símbolo de resiliência para os funcionários.
O Museu Nacional, por meio do Projeto Recompõe, arrecada peças para refazer seus acervos. Já foram doados cerca de 14 mil itens, provenientes de instituições ou colecionadores particulares.
Ao Caminhos da Reportagem, o cantor Nando Reis revela que doou a coleção de conchas e caramujos iniciada por seu pai nos anos 1960.
“Ele não era uma pessoa de muitas palavras. Quando comecei a trabalhar com os Titãs, passei a comprar conchas e caramujos de colecionadores e pescadores e, por meio daquela coleção, a gente acabava se comunicando”, conta.
A atração da TV Brasil também expõe que o Museu Nacional está se reerguendo com novas ideias e em diálogo com os povos indígenas e comunidades tradicionais.
“Não é simplesmente reproduzir uma única narrativa sobre o que é a história do Brasil. A gente tem a oportunidade de trazer muitas vozes para essa instituição”, explica a museóloga da instituição, Thais Mayumi Pinheiro.
Para tornar isso possível, o antropólogo indígena Tonico Benites foi convidado para ser um dos curadores das novas coleções. O Quilombo do Camorim, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, também é parceiro na reconstrução do Museu Nacional.
Uma parte do território quilombola é reconhecida como sítio arqueológico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). De lá, saem peças como cachimbos, louças e cerâmicas de quatro séculos, que pertencem a um dos engenhos mais antigos do estado.
A presidente da Associação Estadual das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio de Janeiro (Acquilerj), Bia Nunes, conta que foi criado um grupo formado por quilombolas e pesquisadores.
“Ali a gente discute o nosso sonho de se ver dentro desse museu”, afirma.
A equipe do Caminhos da Reportagem também acompanhou a restauração do histórico Palácio de São Cristóvão, construído por um traficante de africanos escravizados no início do século XIX e doado à Família Real Portuguesa, servindo como residência imperial até a Proclamação da República.
De acordo com os organizadores, o projeto completo de reconstrução do Museu Nacional está orçado em R$ 516 milhões e deve ser inaugurado apenas em 2028.