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Sobe para 20 os mortos por policiais militares na Baixada Santista

Durante este final de semana, a Polícia Militar de São Paulo registrou mais duas fatalidades na Baixada Santista. Desde o dia 2 de fevereiro, quando o policial militar Samuel Wesley Cosmo foi morto em Santos, as autoridades têm intensificado esforços para localizar e prender os responsáveis pelo crime.

No domingo (11), policiais militares da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) estavam em patrulha em Santos, quando suspeitaram de um homem em uma bicicleta. Após um suposto confronto, o homem foi baleado e posteriormente faleceu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da zona noroeste. A Polícia Civil está investigando o incidente.

Também em Santos, no sábado (10), um homem que se recusou a obedecer a uma ordem de parada foi morto por policiais militares. Os agentes estavam respondendo a uma denúncia de transporte de armas, e o indivíduo em questão tinha registros por tentativa de homicídio e associação criminosa. A SSP afirmou que a perícia foi solicitada e que todas as circunstâncias estão sendo investigadas.

No domingo, moradores de bairros periféricos da Baixada Santista denunciaram execuções, tortura e abordagens violentas por parte da polícia. Os relatos foram coletados por uma comitiva formada pela Ouvidoria da Polícia de São Paulo, Defensoria Pública e parlamentares, incluindo os deputados estaduais Eduardo Suplicy (PT) e Mônica Seixas (PSOL).

A SSP informou que está investigando todos os casos e que, desde o início do ano, seis policiais foram mortos em todo o estado, sendo quatro PMs ativos, um inativo e um policial civil em serviço. Três dessas mortes ocorreram na Baixada Santista.

A terceira fase da Operação Verão, com reforço policial de várias regiões, da Rota e do Comando de Operações Especiais (COE), começou no dia 7 de fevereiro.

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, expressou preocupação com a atuação policial na Baixada Santista nas redes sociais no sábado.

Na sexta-feira (9), a prefeitura de São Vicente cancelou o carnaval de rua devido à falta de segurança.

A Operação Escudo na Baixada Santista foi iniciada após a morte do soldado Patrick Bastos Reis, da Rota, em Guarujá, no ano anterior. A operação, que durou 40 dias, resultou na morte de 28 pessoas.

A socióloga Giane Silvestre, pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP), destacou a importância de evitar repetir o que ocorreu na Operação Escudo de 2023. Ela ressaltou que nenhuma operação policial com tantas mortes pode ser considerada bem-sucedida, e que a verdadeira eficácia está em preservar vidas. Segundo a especialista, investir em prevenção e investigações qualificadas é a melhor abordagem para lidar com a violência.

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