Uma mancha pequena na mão direita foi o que fez o aposentado Moacy Vitorino de Andrade, 62, procurar atendimento médico. A perda da coloração da pele, com aparecimento de manchas brancas de tamanho variável, é a principal característica do vitiligo. A doença não é contagiosa e pode ocorrer em qualquer tipo de pele. Não tem cura, mas possui tratamento.
O diagnóstico de Moacy foi feito em 2015, no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), identificando manchas no rosto, mãos, pé e axilas. Desde então, ele faz acompanhamento e tratamento na unidade com fototerapia. “Já rendeu resultados, principalmente na região do rosto – tenho visto melhoras de 70% e estou satisfeito com o tratamento”, conta o morador de Valparaíso de Goiás.
O vitiligo é marcado pela diminuição ou ausência das células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à pele. Autoimune, a doença faz com que os melanócitos, células que produzem o pigmento melanina, sejam atacados pelo próprio sistema imunológico do paciente. A origem pode ser genética ou desencadeada após traumas emocionais.
Entre as opções terapêuticas, está o uso de medicamentos que induzem à repigmentação das regiões afetadas. Também é possível utilizar tecnologias como o laser, técnicas cirúrgicas ou de transplante de melanócitos.
Tratamento
O Hospital Regional da Asa Norte (Hran) é referência em dermatologia na rede pública de saúde do DF e oferece tratamento com equipamento de fototerapia. A técnica utiliza lâmpadas ultravioletas, não é invasiva e pode ser aplicada paralelamente ao uso de medicamentos.
A técnica de enfermagem Odília Pereira, 37, moradora de Santa Maria, faz tratamento desde os 8 anos de idade com medicamentos tópicos para controle das manchas nas regiões das mãos, pernas, braços e axilas. Há dois anos, ela iniciou o tratamento de fototerapia no Hran. “A melhora está sendo muito positiva, e estou vendo resultados de quase 90%”, afirma. “Tem que ter paciência e tratar aos poucos”.
“Existem várias opções de tratamento – cremes, medicamentos orais, laser – que visam estacionar a evolução da doença e repigmentar as áreas afetadas, o que favorece seu controle”, explica a médica Ana Carolina Igreja, referência técnica distrital (RTD) de dermatologia da Secretaria de Saúde (SES-DF).
Possíveis causas
A dermatologista responsável pelo setor de fototerapia do Hran, Cibele Caminha Corrêa, ressalta que fatores estressantes – como separações, perda de algum familiar ou mesmo a tensão acentuada no trabalho – podem desencadear ou interferir diretamente na evolução e no tratamento da doença. “É recomendado aos pacientes o acompanhamento psicológico para que consigam ter uma melhor evolução e controle do quadro”, indica.